Quem sou eu

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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Nasci no Sitio Cipoal, do município de Mulungu, região de Caatinga, também conhecida como Cerrado, interior da Paraíba a nordeste do Brasil. Nasci de uma família de muitos Severinos: tios, primos e conterrâneos, em 26 de fevereiro de 1963. Sou Poeta, Escritor infanto-juvenil, Cordelista Palestrante e Glosador. A minha poesia não é uma escolha. Ela é uma necessidade pessoal, emocional e social. Acredito que ninguém faz História sem uma dose pessoal de sacrificio e, por assim entender, com humildade, busco trilhar uma longa e promissora caminhada pelo mundo da Literatura Popular. Me vejo como amante e consumidor da natureza e da arte! Agente social e por isso articulador para a convergência da resolução das questões sociais. Sou pai de dois maravilhosos filhos: Francisco José e Fabiano. Sou grato a Deus por todas as pessoas que passaram pela minha vida deixando suas marcas. Sou reconhecedor dos benefícios das pessoas que permanecem comigo, apontando caminhos ou sinalizando os desvios necessários para o nosso engrandecimento; estando entre estas pessoas, os meus pais: Manoel Honorato e Maria Luzia. Ele de descendência italiana e ela, com um pé na Africa.

sábado, 25 de julho de 2009

O Mundo Precisa ser mudado


Éramos jovens e queríamos mudar o mundo
Por Edmilson Martins de Oliveira

O ano de 1960 iniciava uma década de efervescência social e política. Eu e outros companheiros jovens pertencíamos a uma geração que queria mudar o mundo. Participando de movimentos da Igreja Católica, éramos animados pelas propostas do Concílio Ecumênico Vaticano II, convocado pelo papa João XXIII. Ele convidava todas as pessoas de boa vontade e todos os povos para a “imensa tarefa de restaurar as relações de convivência humana na base da verdade, justiça, amor e liberdade”. Mostrava a necessidade de se construir a paz e a coexistência pacífica e civilizada entre todos os seres humanos. Promovendo o rejuvenescimento da face de Cristo, evocava a força transformadora do Evangelho e lembrava aos cristãos a missão de construir o Reino de Deus na terra, agindo no mundo conforme a proposta libertadora de Jesus Cristo, sempre repleto de eterna juventude. Deveríamos ser fermento na massa.

Cresceu a participação da juventude, quando sentiu que poderia ser agente das mudanças, das conquistas sociais e da construção da sociedade. Com a sua sensibilidade, energia e disposição, os jovens partiram para a ação, mostrando que tinham capacidade e visão de mundo, podendo apontar rumos de mudanças. Não nos conformávamos com o mundo do jeito que estava. Tinha que mudar.

Inicialmente, éramos seis jovens: eu, Paulo Pacheco, Luiz Carlos Joras, Alfredo Antas Reis, José Aquiles Leal, José Pacheco. Na Congregação Mariana da igreja do Imaculado Coração de Maria, no Méier, participávamos de profundas reflexões nas manhãs de domingo, à luz do Evangelho e do Concílio, sobre o papel dos cristãos no mundo. Deveriam ser testemunhas de Cristo na sociedade, agentes de construção da justiça e da paz. Assim mostravam o Evangelho e os recentes documentos sociais da Igreja: as encíclicas “Mater et Magistra” e “Pacem in Terris”.

A juventude estudantil participava das atividades políticas através da UNE (União Nacional dos Estudantes) e de outras organizações de estudantes secundaristas. Alguns de nós participavam também de atividades estudantis políticas através da JEC (Juventude Estudantil Católica), JUC (Juventude Universitária Católica) e JOC (Juventude Operária Católica). Eu, como outros, participava das atividades sindicais e até cheguei a ser presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro em 1972.

A partir de 1964, aconteceram os golpes militares na América Latina, a intensificação da luta de resistência dos vietnamitas contra o imperialismo americano, as guerras no Oriente Médio, explosão do movimento negro nos Estados Unidos. Isso tudo fazia crescer na juventude, ainda mais, a consciência de que o mundo precisava mudar e o sonho de liberdade e a esperança aumentava.

Éramos seis e queríamos ser multiplicados, na convicção de que “grande é a messe e poucos os operários”. E fomos à praça em busca de mais operários. E então vários outros jovens, sedentos de participação, surgiram. Entre eles destacaram-se: Carlos Alberto Gonçalves, Getúlio Drumond, Cláudio Campos, Maria Lídia Galvão, Maria Inez Serapião, Maria Sílvia, Maria Lúcia e Walter Joras, João Alfredo, Luiz Pacheco, Victor Freeland, Maria Inês Pacheco, Butch e Ângela, Zezé e Helói, Maria José Martins, Hugo, Luiz Paulo Correa, Elesbão, Chico Alencar, Alfredo Maciel, Mário Silveira, Neusa Pacheco, Edu e Cecília, Flávio do Nascimento, Genésia Vasconcelos. E fomos acompanhados e orientados por joviais padres como: Pe.Celso José Pinto (hoje aposentado como arcebispo de Teresina), Pe. Antônio Montenegro de Aguiar, Pe. Daniel de Castro (falecido), Pe. Bruno Trombeta (falecido), Pe.José Meireles e outros.

Durante alguns anos, esses jovens, combativos, permaneceram juntos e animaram muitos outros jovens a se integrarem no sonho da construção do mundo justo, fraterno e solidário. Com a publicação da Encíclica Populorum Progressio, do papa Paulo VI, sempre atual, defendendo o desenvolvimento integral do homem e o desenvolvimento da solidariedade universal, procuramos assumir como tarefa a renovação da ordem temporal, tentando imbuir de espírito cristão a mentalidade e os costumes, as leis e as estruturas sociais e políticas. Pois a encíclica nos convidava a ser fermento no mundo e a todas as pessoas de boa vontade a lutar por uma civilização solidária.

Alguns de nós se formaram engenheiros, outros, professores, outros, médicos e outros exerceram profissões diversas, levando, cada um, para sua profissão e para sua comunidade de vida, esse espírito evangélico de construtor do Reino de Deus. Alguns ingressaram nas atividades sindicais, políticas e partidárias, movimentos populares, etc. Todos se destacaram em suas profissões e atividades sociais. E alguns se destacaram na atuação política e partidária, como Chico Alencar-professor de História e escritor - que já exerceu dois mandatos de vereador, um de deputado estadual e está no terceiro mandato de deputado federal. Também o Luiz Paulo Correa da Rocha – engenheiro - que já exerceu vários mandatos de deputado estadual, já tendo sido vice-governador do Rio de Janeiro e duas vezes secretário de estado.

Hoje, sexagenários, alguns até septuagenários, não nos conformamos com o mundo do jeito que está, mas guardamos a convicção de que, como o semeador do Evangelho, semeamos a semente e, talvez, parte tenha caído à beira do caminho, outra em terreno pedregoso, outra entre os espinhos, mas sabemos que boa parte caiu em terreno fértil. A colheita? Deixemos a Quem de direito. Fizemos o que tínhamos que fazer.

Concluindo: queríamos realmente mudar o mundo. Alimentamos esse sonho e investimos nesse projeto, mantendo sempre a certeza de que esse investimento não tinha um sentido passageiro ou imediato. Mas sim um processo de construção de tempo indefinido, permanente e eterno. Para nós, não existia, nem existe a questão do tempo, mas os valores eternos ontem, hoje e sempre. Insistimos, por isso, na convicção de que o sonho de mudança continuará, porque mudar é sempre um desejo e necessidade do ser humano. Como disse d. Hélder Câmara – eterno jovem e portador de eterna esperança- ”Quem não precisa de conversão?”

Assim, os jovens não devem se conformar com o mundo do jeito que ele está. Precisam sonhar, alimentar a utopia de que um mundo melhor é possível e lutar com entusiasmo e esperança, sem pressa, sem a ânsia de resultados imediatos. É preciso pensar e sonhar grande. Só luta com ardor quem pensa em coisas grandes e tem sonhos belos.

Rio, março de 2009

Edmilson Martins de Oliveira

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Comunidades Eclesiais de Base



Não é por acaso que lá encontramos um povo único! Mas não exclusivo. Nas CEB´s, tal qual se diz, igual ao coração de mãe, sempre se aceita mais uma pessoa. Nas CEB´s acontecem as formas primitivas de organização popular: - com festa em volta do querer servir. Caminhar com a CEB, é aceitar viver um modelo de vida solidária e pleno de certeza que a força da trsnsfomação está na organização popular. Aliás, no 15º grito das pessoas excluidas, que vai acontecer no santuário de Aparecida/SP, deu-se um significado interessante as necessidades urgentes em que precisamos adentrar para fomentar a proteção a vida, se assim a queremos e entendemos como prioridade em primeiro lugar.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Feira Cultural e do meio ambiente

Esta foi a visita à Rádio Catedral FM 106.7 da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, no programa Fé e Vida, ancorado por Ferreira Filho, apresentado ao vivo em 21 de julho de 2009, das 12:00 ás 13:00h, sempre as terças-feira.
Lá estivemos, Deise Dudly - Viva Rio/Fiocruz, Lucia Cerqueira - PO, Eu, Severino Honorato - Poeta e PO e colaborador para articulação dos artistas da região, para divulgar a III Feira anual de Cultura e Meio ambiente, este ano organizada em conjunto: - Viva Rio e Fiocruz, no campus Mata Atlântica Fiocruz de Jacarepaguá, no pavilhão agricola da semi desativada colonia Juliano Moreira.
Ao todo, se somam 32 entidades e organizações participantes da intervenção que ocorrerá em 25 de julho, sábado, das 10:00 ás 20:00h.
A Pastoral Operária se fará presente com representação dos três grupos de base do Vicariato Jacarepaguá e, fará exposição e venda da produção dos membros do grupo de base da igreja de São Sebastião de Vargem Grande. Também será apresentada ao público um modelo de máquina de filetar PET para a fabricação de Vassouras. Máquina esta que foi desenvolvida por equipe técnica da APAC, entidade parceira da Pastoral Operária estadual do Rio de Janeiro.
Eu farei apresentação cultural ao modelo do Cordel, ressaltando a importância da Economia Popular Solidária, segundo a visão da PO.
Pudemos contar também com a presença da Fatinha da Pastoral do Menor do Projeto Liberdade Assistida Comunitária da cidade de Nova Iguaçu e Sidney Teles ex-diretor do DEGASE, divulgando atividade social em favor da infância e da adolescência brasileira, dias 23 e 24 de julho em que vai participar dom Orani João Tempesta, arcebispo da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Ao Ferreira e toda equipe da rádio, os nossos agradecimentos.










segunda-feira, 20 de julho de 2009

EPS em Poesia

Cordel sobre a Economia Popular Solidária para a 3ª Feira Social do Campus Fiocruz Mata Atlântica.

Eu juro que não prometo

Fazer-te compreender

Mas farei com alegria,

Nesses maus traçados versos

Concebidos num processo

Desta nova economia.


Rejeitada pela lei

Do mercado capital,

Nasce do seio do povo

Como sentimento novo

Alento de um novo ser

Outra forma de viver.


Não nasceria do acaso

Porque nele eu não creio,

A verdade é uma porta

E o ser fruto do meio,

Cristão que celebra a vida

Diz pela fé ao que veio.


Na década do desemprego

Em grupos, os operários,

Criam organizações

A justiça dos salários;

É preciso garantir

A vida do proletário.


Um povo que se organiza

Vê a vida que agoniza

Nas agruras do imaginário,

O bolo mal dividido

Sem emprego, o vai e vem,

Nossa gente sem salário!


Esta outra economia

Fez-se por uma conquista

A Pastoral Operária

Começou a nos dar pistas

Sabiamente nossa gente

Com sua veia de artista...


Começou a percorrer

Discutir e organizar

Outra gente a produzir

Em outro canto e lugar,

Pois para sobreviver

Será preciso inventar!


Lá pelo anos noventa

A mudança radical

Nossos estudos revelam

O destroço sindical

Embora não se descarte

A luta organizacional.


Os novos questionamentos

Trazem-nos a inquietude,

Foi preciso procurar

Conhecimento que alude

Para em nome da justiça

Proteger a juventude!


Um novo jeito de ser

Planejar com todo grupo

Gera uma nova atitude,

E na base da razão

Lá estavam os cristãos

Dispostos as solicitudes!


O trabalho sindical

Jamais foi abandonado,

Continuam a preparar

O povo em outra empreitada,

Mas vem esta economia

Revelar a alegria, por isso, priorizada.


Muitos desmandos políticos

É preciso que eu fale,

Calou a metalurgia

E também quer que me cale,

Com as privatizações

Com ações que nada vale!


Mas ao final da conversa

Você quer compreender,

Precisa ser convencido

Do que poderá fazer?

- consuma sem destruir

não faça a vida morrer!


Quem planeja em companhia,

Quem produz pela beleza

De viver um novo dia

Com flores, a natureza,

Esta é a economia

Com a graça de quem deseja...


Quem deseja um novo mundo,

Prepara este novo ser,

Não cobra mais que o devido

Promove o povo oprimido

Não vive sem perceber;

Este é o ser escolhido...


Para ser a esperança

Para plantar a bonança

Para viver a justiça

Para impedir a cobiça

Do modelo capital

Que não me deixa viver!


Tem o cooperativismo

Ativismos, outros ismos que se faz,

Formas que revelam ao povo

Organizar sempre traz,

Um jeito de impedir

A ação de satanás!


Para o bem da Economia

Popular e Solidária

Não se busca uma classe

Ou uma ação ordinária,

Basta-nos tão simplesmente

Uma ação planetária!


Hoje o nosso governo

Criou a Secretaria,

Nacional ao que se presta

Fomentar a Economia,

Dando-lhe cara e formato

De organização sadia!


Existem os manuais

Propagandas que convém

Ao bem de nos informar

Que o novo modelo tem

A cara do nosso povo

Que se apoderou do bem!


Do bem que é este jeito

Sem cara e conversa feia

Isto é pratica do povo

Não é de uma gente alheia

Que a faz com muito gosto

A construção desta teia!

Sem patrão, sem empregado,

Sem vantagem sobre alguém

Será preciso de ajuda

Para transportar o fardo,

O peso bem dividido

Será-nos aliviado!


Tem gente fazendo vela

Tem gente plantando a roça

Tem gente fazendo o pão,

Tem gente catando o lixo

Tem gente com seu capricho

Construindo noite e dia

Esta nova educação!


Tem gente propondo a troca

Tem gente contando história

Na lógica da oração,

Não precisa ser exato

Tem gente somando os fatos

Para esta nova nação!


Nossa riqueza constrói

O novo ser, novo dia,

E nestes versos tentei

Descrever a economia

Que falam desde os primórdios

Os livros da profecia!


Não sei se esclareci

Ou criei mais confusão,

Pra viver um novo mundo

Tenderá desconstrução

A nova marca do ser

Tem cara e tem coração!



Autoria: Severino Honorato – Rio de Janeiro, 19 de julho de 2009.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Pequena mensagem

Eu quis fazer
do nosso momento
a poesia...

Da nossa esperança
dolente,
eterna alegria...

mesmo que fosse
apenas
o instante sublime...

o passado de um dia!