Eu juro que não prometo
Fazer-te compreender
Mas farei com alegria,
Nesses maus traçados versos
Concebidos num processo
Desta nova economia.
Rejeitada pela lei
Do mercado capital,
Nasce do seio do povo
Como sentimento novo
Alento de um novo ser
Outra forma de viver.
Não nasceria do acaso
Porque nele eu não creio,
A verdade é uma porta
E o ser fruto do meio,
Cristão que celebra a vida
Diz pela fé ao que veio.
Na década do desemprego
Em grupos, os operários,
Criam organizações
A justiça dos salários;
É preciso garantir
A vida do proletário.
Um povo que se organiza
Vê a vida que agoniza
Nas agruras do imaginário,
O bolo mal dividido
Sem emprego, o vai e vem,
Nossa gente sem salário!
Esta outra economia
Fez-se por uma conquista
A Pastoral Operária
Começou a nos dar pistas
Sabiamente nossa gente
Com sua veia de artista...
Começou a percorrer
Discutir e organizar
Outra gente a produzir
Em outro canto e lugar,
Pois para sobreviver
Será preciso inventar!
Lá pelo anos noventa
A mudança radical
Nossos estudos revelam
O destroço sindical
Embora não se descarte
A luta organizacional.
Os novos questionamentos
Trazem-nos a inquietude,
Foi preciso procurar
Conhecimento que alude
Para em nome da justiça
Proteger a juventude!
Um novo jeito de ser
Planejar com todo grupo
Gera uma nova atitude,
E na base da razão
Lá estavam os cristãos
Dispostos as solicitudes!
O trabalho sindical
Jamais foi abandonado,
Continuam a preparar
O povo em outra empreitada,
Mas vem esta economia
Revelar a alegria, por isso, priorizada.
Muitos desmandos políticos
É preciso que eu fale,
Calou a metalurgia
E também quer que me cale,
Com as privatizações
Com ações que nada vale!
Mas ao final da conversa
Você quer compreender,
Precisa ser convencido
Do que poderá fazer?
- consuma sem destruir
não faça a vida morrer!
Quem planeja em companhia,
Quem produz pela beleza
De viver um novo dia
Com flores, a natureza,
Esta é a economia
Com a graça de quem deseja...
Quem deseja um novo mundo,
Prepara este novo ser,
Não cobra mais que o devido
Promove o povo oprimido
Não vive sem perceber;
Este é o ser escolhido...
Para ser a esperança
Para plantar a bonança
Para viver a justiça
Para impedir a cobiça
Do modelo capital
Que não me deixa viver!
Tem o cooperativismo
Ativismos, outros ismos que se faz,
Formas que revelam ao povo
Organizar sempre traz,
Um jeito de impedir
A ação de satanás!
Para o bem da Economia
Popular e Solidária
Não se busca uma classe
Ou uma ação ordinária,
Basta-nos tão simplesmente
Uma ação planetária!
Hoje o nosso governo
Criou a Secretaria,
Nacional ao que se presta
Fomentar a Economia,
Dando-lhe cara e formato
De organização sadia!
Existem os manuais
Propagandas que convém
Ao bem de nos informar
Que o novo modelo tem
A cara do nosso povo
Que se apoderou do bem!
Do bem que é este jeito
Sem cara e conversa feia
Isto é pratica do povo
Não é de uma gente alheia
Que a faz com muito gosto
A construção desta teia!
Sem patrão, sem empregado,
Sem vantagem sobre alguém
Será preciso de ajuda
Para transportar o fardo,
O peso bem dividido
Será-nos aliviado!
Tem gente fazendo vela
Tem gente plantando a roça
Tem gente fazendo o pão,
Tem gente catando o lixo
Tem gente com seu capricho
Construindo noite e dia
Esta nova educação!
Tem gente propondo a troca
Tem gente contando história
Na lógica da oração,
Não precisa ser exato
Tem gente somando os fatos
Para esta nova nação!
Nossa riqueza constrói
O novo ser, novo dia,
E nestes versos tentei
Descrever a economia
Que falam desde os primórdios
Os livros da profecia!
Não sei se esclareci
Ou criei mais confusão,
Pra viver um novo mundo
Tenderá desconstrução
A nova marca do ser
Tem cara e tem coração!
Autoria: Severino Honorato – Rio de Janeiro, 19 de julho de 2009.
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